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Costumes portugueses: o que mudou nos últimos 20 anos

Portugal é um país com muitos séculos de história e, como tal, um país com muita cultura e tradição. Se pretender visitar Portugal passe primeiro por este artigo e descubra alguns costumes portugueses e a autenticidade presente em algumas regiões do país.

Aqui ficará a conhecer algumas profissões que caíram no esquecimento, alguns meios de transporte que ganharam nova vida com o turismo, jogos populares que ainda resistem às novas tecnologias e muito mais.

Autenticidade e costumes portugueses

Profissões

Quem visita Portugal por vezes encontra sítios que não consegue entender ou explicar, como é o caso dos lavadouros ou tanques públicos.

Era nos tanques públicos ou junto ao rio ou ribeiro que as lavadeiras lavavam as roupas da sua família e de freguesas (clientes). As roupas eram distinguidas pelas marcas que continham (regra geral iniciais, flores ou estrelas bordadas, entre outros símbolos).

Este espaço era só frequentado por mulheres desde segunda a sábado e, para além da lavagem da roupa, servia também como local para mexericos, cantar em grupo e muito mais.

Com o aparecimento das máquinas de lavar roupa, a profissão de lavadeira foi perdendo importância e quase que caiu no esquecimento. Há, no entanto, alguns sítios em que os tanques públicos ainda são usados mas sobretudo para uso próprio.

Outra profissão que ainda não desapareceu mas que está em declínio é a de tanoeiro. Os tanoeiros têm como função a construção, reparação e manutenção de pipas, balseiros e tonéis.

Hoje em dia, a tanoaria é considerada uma arte e só está ao nível dos melhores, que levaram muitos anos de aprendizagem até serem considerados mestres tanoeiros.

Apesar de se encontrar em declínio, esta profissão é vital para a sobrevivência do famoso vinho do Porto. Ainda que o transporte do vinho já não seja feito como antigamente (através dos barcos rabelos e em barris), a verdade é que ainda são necessários muitos barris e outros recipientes para o envelhecimento do vinho do Porto.

De facto, a qualidade do vinho do Porto (e de outros) está diretamente ligada à qualidade dos recipientes em que passam pelo processo de envelhecimento. Estes recipientes têm que ser inspecionados e limpos com regularidade de forma a permitir que o ar atravesse a madeira e entre em contacto com o vinho.

Para conhecer mais acerca desta profissão, veja este pequeno vídeo:

Outra profissão que está (quase) extinta é a de ardina. Os ardinas eram sobretudo crianças e adolescentes que vendiam os jornais pelas ruas de Lisboa, Porto e outras cidades portuguesas e distinguiam-se pelo facto de “gritarem” as notícias mais importantes de forma a cativarem os potenciais clientes.

Com o aparecimento de quiosques e não só, os costumes portugueses mudaram e a procura e distribuição de jornais passou a ser mais simples e eficaz – as pessoas passaram a ter um sítio específico onde comprar os vários jornais que foram aparecendo ao longo dos séculos XIX e XX.

A profissão tem o devido reconhecimento no Porto através da estátua dum ardina apoiado num marco de correio e que poderá admirar na Praça da Liberdade.

© wikipedia.org – Manuel de Sousa

Outras são as profissões que estão a desaparecer ou que já desapareceram como é o caso das tecedeiras, pastoresadueirosaguadeiros varinas.

Atividades de antigamente

Com o aparecimento das máquinas e novas tecnologias e o desenvolvimento do turismo, muitas foram as atividades que alteraram a sua forma de ser para continuarem a existir. Conheça de seguida algumas dessas atividades.

Uma das atividades que mais se adaptou ao aparecimento das máquinas foi sem dúvida a lavoura ou agricultura.

Durante séculos o comum era utilizar-se animais como as vacas ou burros para trabalhar a terra ou transportar os alimentos que aí nasciam, puxando o arado, a grade, o carro de vacas e outros utensílios.

© wikimedia.org – José Luís Ávila Silveira/Pedro Noronha e Costa

Com o surgimento dos tratores, alfaias agrícolas e outras máquinas, os métodos tradicionais foram ficando de lado e tudo se tornou um pouco mais rápido e menos penoso para quem trabalhava as terras. Contudo, estes métodos tradicionais subsistem ainda nas zonas mais rurais e mais pequenas de Portugal.

© wikimedia.org – José Soares-Figueira

O desenvolvimento tecnológico tornou outras atividades obsoletas, em especial aquelas ligadas à navegação em alguns dos rios portugueses, como o Douro, o Vouga e o Sado.

No rio Douro e durante anos, foram muitos os barcos rabelos que navegavam as suas águas. A principal finalidade destas embarcações era o transporte de barris do famoso vinho do Porto desde as quintas produtoras no Alto Douro Vinhateiro até às caves situadas na ribeira de Vila Nova de Gaia.

ribeira-porto-portugal

Mais a sul, a jusante do rio Vouga, na ria de Aveiro, eram os moliceiros que navegavam as águas. Esta era a embarcação utilizada sobretudo nos séculos XIX e XX para a apanha do moliço (plantas aquáticas) para depois ser usado na agricultura.

Aveiro-Portugal

Finalmente, no rio Sado, outra embarcação perdeu o fulgor doutros tempos: o galeão do sal. Como o nome dá a entender, esta embarcação servia para o transporte do sal mas também de arroz e cortiça, sobretudo na zona de Alcácer do Sal.

Após o declínio inicial destas embarcações para o transporte terrestre, o turismo trouxe uma nova vida e atualmente servem para atividades marítimo-turísticas como cruzeiros no rio Douro, visitas aos canais da ria de Aveiro ou observação de golfinhos (e não só) no rio Sado.

O turismo serviu igualmente para reavivar atividades com séculos de história. Há de facto pessoas que fazem questão de experimentar a verdadeira autenticidade e os costumes portugueses – veja-se, por exemplo, o caso das vindimas em vários pontos de Portugal.

© wikimedia.org – Alegna13

De norte a sul do país, milhares de curiosos rumam todos os anos a quintas vinícolas para viver uma experiência única. Estas pessoas vestem-se a rigor e vão até às vinhas cortar os cachos de uvas que colocam depois em cestos para mais tarde transformar em vinho nos lagares existentes nas quintas – sem dúvida algo a experimentar!

Andar de elétrico é outra das atividades que ganhou novo fulgor com o crescimento do turismo em Portugal e, sobretudo, em Lisboa e no Porto.

São alguns os elétricos que voltaram a percorrer as ruas das maiores cidades portuguesas e que levam as pessoas não só a viajar no presente mas também no passado enquanto dão a conhecer alguns dos locais mais bonitos dentro dos centros históricos e não só.

Museus

Para preservar algumas tradições e costumes portugueses, surgiram vários museus um pouco por todo o país. Conheça de seguida alguns dos museus que melhor representam a autenticidade, cultura e tradição portuguesa.

Situado em Peso da Régua, o Museu do Douro é um ótimo sítio para ficar a conhecer um pouco mais acerca da região do Alto Douro Vinhateiro. Visite este museu e descubra os segredos da produção do vinho, do seu transporte e muito mais!

Outros costumes portugueses são os jogos tradicionais e populares que também caíram um pouco no esquecimento. Brinquedos tradicionais como o pião e o berlinde e jogos como a “cabra cega” e a “malha” deram lugar às consolas de jogos.

Contudo, o Museu do Brinquedo Português em Ponte de Lima é um testemunho de como as crianças e adultos se divertiam há muitos anos.

No Porto poderá encontrar o Museu do Carro Elétrico. Aqui, poderá conhecer um pouco mais acerca da história deste meio de transporte na cidade e a sua evolução ao longo dos anos.

© wikimedia.org – Andreas Nagel

Há outros museus que também representam a cultura, as tradições e os costumes portugueses como é o caso do Museu Nacional de Etnologia, o Museu Nacional do Traje, o Museu dos Transportes e Comunicações e muitos mais.

A melhor forma é mesmo visitar Portugal e conhecer o que de melhor e mais autêntico este país tem para oferecer.

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